sábado, 9 de abril de 2011

dia 04

30 de novembro Foz do Iguaçu – Urugua-i/AR (50 km)


Apesar de, teoricamente, nós estarmos dois dias fora do cronograma, na prática era um pouco menos, pois já haviamos previsto um "dia fora do tempo" (domingo) para sincronizarmos atividade/dia para a entrada na Argentina.
 
Decidimos que valeria a pena ir as Cataratas, pois a Bilu não conhecia, e um local tão fantástico como este merece com certeza um replay. Fomos a pé ao centro de visitação situado a uns 400m de distância do CCB onde pernoitamos. Não pude deixar de notar a diferença em relação a 1996, como as modernas e confortáveis estruturas de recepção ao turista contruídas, fruto de uma experiência de concessão de serviços e algumas áreas do parque à iniciativa privada para aproveitamento econômico, com o compromisso de gerar baixo impacto e contribuir para preservação ambiental, previsto no processo de revitalização deste Parque Nacional iniciado em 1999. 

 O centro de visitação também é o ponto de partida dos ônibus de dois andares, ricamente decorados com representantes da fauna local, que agora percorrem confortavelmente o caminho dentro do parque, onde outrora era permitido o ingresso no próprio veículo.


O espetáculo das águas é sempre de tirar o fôlego e não é à toa que é mundialmente conhecido. Mais uma vez viajei olhando os botes apinhados de gente que desafiam as corredeiras da garganta do diabo, sendo possível até ouvir em determinados momentos, gritos molhados vindos lá de baixo. Nota-se gente vinda de toda parte só de perceber os diversos sotaques que se misturam nas passarelas. No percurso à pé é possível ver ainda Teiús e Quatis que parecem estar habituados ao papel de astros locais, despertando reações diversas nos passantes. Mas as coisas não são tão fáceis para quem não está integrado a um grupo de turismo, cujos guias abusam da boa vontade e paciência alheia, além de cometer arbitrariedades com o propósito de manter o seu grupinho coeso, principalmente na hora de embarcar nos ônibus. 

Deixei o Parque refletindo sobre os prós e contras que observamos sobre este modelo de gestão integrada de recursos naturais, e qual seu sucesso na geração de benefícios para sociedade ao enfrentar o desafio de conciliar interesses tão diversos como conservação da Biodiversidade, Educação Ambiental, grande fluxo de visitação, exploração econômica em uma área de interesse binacional e que - é bom frisar – corresponde a apenas 3% da área total do PNI. Deixo aqui um agradecimento especial a atenção dada pela colega Beatriz, do ICMBio, que nos atendeu na ocasião da entrada no Parque. 


Após o almoço resolvemos passar a fronteira e dormir logo na Argentina. Fizemos os trâmites na migración sem maiores problemas e trocamos algum dinheiro para seguirmos viagem (cotação do dia: US$1,00 = AR$ 3,93). A Shirlei do CCB havia recomendado um camping às margens da represa Urugua-i, situado a uns 30 km depois fronteira no rumo de Esperanza. Seguimos pela Ruta 12 até o primeiro posto da Gendarmeria, onde nos indicaram o acesso ao Camping Alto Parana, que era 300m antes.


O local é realmente belo, com muitos pinheiros, as margens de um enorme lago. O encarregado, sr.Aquino, é hospitaleiro e uma grande figura. Assim como o CCB de Foz, o local também pareceu um pouco decadente. Chamou a atenção um gigantesco tronco de árvore cravado na margem do lago, que é possível ver no Googlemaps (coordenadas -25.856206,-54.547195). Jantamos comidinha de acampamento e nos preparamos para uma agradável noite de sono.