sábado, 21 de maio de 2011

dia 08

04 de dezembro Santa Rosa – Villa El Chocón (610km)

Conseguimos sair um pouco mais cedo que nos dias anteriores, mas estávamos longe da marca ideal. Disciplinar a saída estava sendo uma tarefa um tanto difícil.

Seguimos descendo pela RA 35 e depois tomamos a RA 152, que nos pareceu mais interessante, por cruzar uma região menos habitada e cheia de lagunas. As paisagem tornou-se mais árida, de longas retas, interceptadas ocasionalmente por algum enclave rochoso, que rompe em curvas sinuosas a quase sonolenta tocada. Passamos ao largo do Parque Nacional Lihue Calel,  onde é possível contemplar  elevações isoladas e a brancura de algumas lagunas salinas ao longe. 




Tivemos a companhia ocasional de aves rapineiras. Ao observá-las ao sabor do vento, desejávamos que fossem Condores.
O almoço estava previsto para Ponte de Piedra onde, segundo indicações do guia YPF, seria uma cidade com vocação turística e com alguma estrutura. Ao chegarmos lá, percebemos de cara que não era bem assim e, por falta de maiores opções, fizemos um lanche rápido no posto de gasolina antes de cruzar o gigantesco dique do embalse. Do outro lado, passamos por um posto de  controle de zoonoses, onde tivemos que pagar 9,44 pesos pela fumigação da parte baixa dos nossos carros. A próxima cidade estaria a uns 160 km de distância (General Roca) e, como tínhamos rodado 530 km, achei que dava para abastecer lá.

Bueno, preciso nem dizer que esse foi um dos trechos mais longos da viagem...

50 km depois, o ponteiro colou no vazio e fui rodando o resto na desconfortável expectativa de ter uma pane-seca. Não sabia o quanto a Moby beberia carregada, com ar condicionado e vento contra. Felizmente chegamos num posto Petrobrás, onde o verde-amarelo me pareceu agradavelmente acolhedor no meio de tanto deserto. Agora sei que há pelo menos 700 km de autonomia garantida com  o tanque cheio.
Daí em diante a gente entra no vale do Rio Neuquén, um oásis irrigado e grande produtor regional de frutas. Tratamos de averiguar a qualidade, nos abastecendo de cerezas e manzanas frescas compradas na beira da estrada.
Na cidade de Cipolletti, uma pequena pausa para informações na oficina de turismo, onde nos aconselharam a visita de Villa El Chocón, por sua beleza e por ter um rico registro arqueológico da passagem dos dinossauros. Nos abastecemos em um supermercado em Neuquén e partimos no fim da tarde para lá.

 
 

Chegamos a tempo de apreciar o por do sol na companhia de uma gigantesca réplica de um Giganotosaurus carolinii.
Ficamos hospedados  no camping Las Flores, após alguma negociação (queriam cobrar nossa estadia o valor de casas autoportantes). Este curioso camping é cheio de regras. O dono é uma figura e tenta impor uma disciplina militaresca aos usuários. O banheiro se situa fora da área de camping (do outro lado da rua) e é necessário aprender uma série de instruções se quiser utilizá-lo depois das 23h. Improvisamos um jantarzinho numa coberta próxima, tentando nos agasalhar bem do vento constante daquela noite de céu aberto e frio.

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